Por que as alergias respiratórias pioram na primavera?

A primavera é uma estação marcada pela renovação da natureza, com flores desabrochando e temperaturas mais amenas. No entanto, para muitas pessoas, essa estação também traz um aumento significativo nos sintomas de alergias respiratórias, como rinite alérgica, asma e conjuntivite alérgica. Além de fatores como o aumento do pólen, mudanças climáticas e variações de temperatura, a fumaça das queimadas agrava ainda mais o cenário respiratório. Neste artigo, vamos explorar as causas que fazem das alergias respiratórias um problema tão comum durante a primavera, incluindo o impacto das queimadas.

O papel do pólen

A principal razão pela qual as alergias respiratórias se agravam na primavera é o aumento na concentração de pólen no ar. Durante essa estação, muitas plantas, especialmente árvores, flores e gramíneas, iniciam seu processo de polinização. O pólen é essencial para a reprodução das plantas, mas para quem sofre de alergias, ele é um dos maiores vilões.

Quando inalado, o pólen pode desencadear uma reação exagerada no sistema imunológico de pessoas alérgicas. O corpo identifica essas partículas como invasores e libera histamina, uma substância que causa os sintomas típicos da alergia: espirros, coriza, congestão nasal, coceira nos olhos e até crises de asma. Isso explica por que os sintomas tendem a ser mais intensos durante a primavera, quando a quantidade de pólen no ambiente aumenta significativamente.

Fumaça das queimadas: um agravante para problemas respiratórios

Além do pólen, outro fator que contribui para o agravamento das alergias respiratórias e problemas respiratórios durante a primavera é a fumaça das queimadas. Em muitas regiões do Brasil, essa estação coincide com o período de maior incidência de queimadas em áreas rurais e florestais. A fumaça dessas queimadas contém partículas finas e substâncias tóxicas que, ao serem inaladas, irritam as vias respiratórias e agravam os sintomas de alergias e doenças respiratórias.

A exposição à fumaça das queimadas pode desencadear ou piorar crises de asma, bronquite, rinite alérgica e até provocar falta de ar em indivíduos com doenças respiratórias preexistentes. Além disso, a fumaça prejudica a qualidade do ar, e mesmo pessoas que não têm histórico de alergias podem apresentar sintomas respiratórios, como tosse, irritação na garganta e sensação de opressão no peito.

Impacto das mudanças climáticas

Nos últimos anos, as mudanças climáticas têm agravado o problema das alergias respiratórias. O aumento das temperaturas médias globais e a modificação dos padrões climáticos estão prolongando as estações de polinização e intensificando a quantidade de pólen liberado no ar. Com primaveras mais longas e quentes, as plantas estão liberando pólen em concentrações mais altas e por períodos maiores, o que resulta em uma exposição prolongada para pessoas alérgicas.

As mudanças climáticas também têm contribuído para o aumento da incidência de queimadas, com períodos de seca mais severos e longos, que facilitam a propagação do fogo. Isso intensifica a poluição do ar, criando um ambiente mais agressivo para as vias respiratórias.

Como se proteger?

Apesar do aumento nos fatores desencadeantes de alergias e problemas respiratórios durante a primavera, é possível adotar medidas para minimizar os sintomas e evitar crises. Algumas dicas incluem:

Manter as janelas fechadas em casa e no carro, principalmente nos dias em que a contagem de pólen ou fumaça está alta.

Usar purificadores de ar com filtros HEPA para ajudar a remover partículas de pólen, fumaça e outros alérgenos do ambiente.

Evitar atividades ao ar livre em dias de queimadas ou com grande concentração de pólen no ar.

Lavar roupas e tomar banho ao chegar em casa para remover pólen ou fuligem que possa ter aderido à pele e aos cabelos.

Consultar um alergologista ou pneumologista para um tratamento adequado, que pode incluir o uso de anti-histamínicos, broncodilatadores ou corticoides nasais.

A primavera, apesar de ser uma estação marcada pelo florescimento e temperaturas agradáveis, pode ser um período desafiador para quem sofre de alergias respiratórias e doenças respiratórias. O aumento da polinização, as queimadas e o impacto das mudanças climáticas criam um ambiente propício para o agravamento dos sintomas. No entanto, com acompanhamento médico e algumas medidas preventivas, é possível reduzir os efeitos e respirar com mais tranquilidade durante essa estação.